06 junho 2010
Solidão cruel
Ó solidão cruel
Coisa que ninguém cobiça
Nem os passarinhos do ar
Ó solidão medonha
Ó solidão podes crer
Porque tanta raiva me tens,
Assombras a minha vida
No meio de horas vãs!
Atormentas tanta gente
Devassando-lhe o passado,
Devoras-lhe o presente
E caminhas de lado a lado.
Sentimento amaldiçoado,
Porque me olhas assim
E não me deixas descansado!..
Solidão amargurada
De onde vens! P’ra onde vais,
Refugia-te em teu silêncio
Não me faças padecer mais.
Nem os bichinhos da terra,
Nem as estações do ano
Clamam pela tua miséria!
Mesmo posta de lado
Nunca te deixas vencer,
Abraças o ser humano
Redobrando teu prazer…
Que tanto tu atrapalhas,
Passas por cima de tudo
Como se fosses pirralha.
Ó solidão profunda
Que ninguém pode mandar,
Comparada com o espinho
Que a todos quer cravar…
Boa companhia não és,
Penetras no ser humano
Inunda-lo até aos pés…
Tua angústia deprime
Teu sentimento destrói,
Ó solidão malvada
No íntimo de cada um dói …
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